Quatro áreas portuárias, três delas na região Nordeste, foram leiloadas com sucesso em sessão pública realizada na B3 nesta sexta-feira, 18 de dezembro, encerrando um ano no qual foram concluídas dezenas de concessões de ativos de infraestrutura no Brasil. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse ter sido este um dia para celebrar a confiança de investidores no País. “Nossa economia é movida por atitude. Se a gente trabalhar e acreditar que vai dar certo, dará certo. Fico feliz pelo quase meio bilhão [de reais] que está sendo contratado nestes leilões. Sugiro reforçar o martelo da B3, porque o setor de infraestrutura vai querer quebrar o martelo por fadiga”, afirmou, acrescentando que em 2021 a pasta que comanda planeja conceder mais de 50 ativos. No período de 7 a 9 de abril estão previstos três dias consecutivos de leilões de aeroportos, rodovias e terminais portuários no local.
Na tarde desta sexta, a empresa CS Brasil Transportes de Passageiros e Serviços Ambientais – parte da CS Brasil, integrante do Grupo JSL, hoje SIMPAR – arrematou as duas áreas concedidas no Porto de Aratu, administrado pela Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba). A disputa pela área ATU18 envolveu outros dois proponentes no leilão viva voz e foi encerrada com um lance de R$ 52,5 milhões. A área greenfield de 51,6 mil m² é destinada à movimentação de granéis sólidos vegetais, como soja, trigo e malte, e está projetada para movimentar 8 milhões de toneladas por ano ao fim do contrato. Já a ATU12 (brownfield), de 160 mil m², foi arrematada por R$ 10 milhões e é destinada à operação de granéis sólidos, principalmente fertilizantes, concentrado de cobre, coque de petróleo e minérios diversos, com expectativa de movimentação média de 2 milhões de toneladas anualmente.
Já o leilão da área MAC10, no Porto de Maceió, hoje administrado pela Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), foi vencido pela empresa Timac Agro – multinacional francesa pertencente ao Grupo Roullier – com o valor de R$ 50 mil em outorgas. Com área total de 7.932 m², o terreno é destinado à movimentação e armazenagem de granéis líquidos, especialmente ácido sulfúrico. A demanda por produtos químicos no porto alagoano, informou o Ministério da Infraestrutura, é altamente influenciada pela presença do Polo Cloroquímico de Alagoas, que reúne 23 empresas atuantes nos segmentos de fabricação de PVC, soda cáustica, tubos e conexões e plásticos em geral, bem como na produção de insumos para a indústria química. Os investimentos previstos serão de R$ 12,7 milhões.
O leilão dessas três áreas portuárias foi organizado a partir de estudos e modelagens definidos pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), conforme o programa de arrendamentos mantido pelo Governo Federal. Presente à B3, o diretor-geral da Agência, Eduardo Nery, elogiou a harmonia entre as equipes dos órgãos governamentais e o trabalho realizado Comissão Permanente de Licitação de Arrendamentos Portuários da Antaq.
“Hoje tivemos mais uma prova de que esse programa está dando certo. As áreas do Porto de Aratu e do Porto de Maceió são fundamentais para o setor, e a chegada de novos arrendatários dará um grande impulso de modernidade e eficiência para essas instalações. Visitei Aratu na última semana e vi de perto as excelentes condições naturais de navegação”.
Nery também ressaltou que a Agência aprovou nesta semana a abertura de quatro audiências públicas, com destaque para a desestatização da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), processo que espera resultar em investimentos expressivos e conferir agilidade e eficiência para toda a cadeia logística do entorno do litoral capixaba.
Na sequência dos leilões realizados na B3, a Portos do Paraná, primeira Autoridade Portuária do País a receber autonomia para administrar contratos de exploração de áreas dos portos organizados, leiloou a área PAR12 (greenfield) pelo valor de R% 25 milhões para o grupo Ascensus Gestão e Participações. No terreno concedido serão implantados os equipamentos e edificações a serem utilizados na movimentação e armazenagem de cargas Roll-on/Roll-off (automóveis de passeio, veículos comerciais leves, utilitários, caminhões, ônibus, tratores e outras cargas) no valor de pelo menos R$ 22 milhões ao longo de 25 anos. O PAR12 tem 74,1 mil metros quadrados de área, capacidade estática para 4 mil veículos e operação anual de 120 mil veículos.
O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), exaltou ter sido essa a quarta concessão que o estado participa na B3 nos últimos dois anos e que o intuito é de solidificar o território paranaense como um hub logístico para a América do Sul. “Estamos no centro geográfico de 70% do PIB (Produto Interno Bruto) da América do Sul e somos um elo dessa área com o Nordeste, uma região expressiva, produtora e consumidora”.
Informações e imagens: transmissão online da B3, Ministério da Infraestrutura, Antaq, Codeba e Portos do Paraná